Reforma trabalhista vira tema de debate eleitoral após reduzir salários e empregos
Cinco anos após mudanças, flexibilização e terceirização, promessa de 6 milhões de novas vagas não foi cumprida
Este 1º de maio de 2022 é o quinto Dia do Trabalhadores desde que entraram em vigor as regras previstas na Reforma Trabalhista de 2017. Idealizada pelo governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), a reforma flexibilizou as relações de trabalho com a promessa de criar 6 milhões novos empregos e reduzir a informalidade no país. Não alcançou nenhum desses objetivos. Acabou contestada e virou um dos principais temas da pré-campanha das eleições presidenciais deste ano.
O Partido dos Trabalhadores (PT), do ex-presidente e pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva, quer revogá-la. O pré-candidato Ciro Gomes (PDT) também.
Por outro lado, João Doria (PSDB) e membros do governo de Jair Bolsonaro (PL), que concorrerá à reeleição, defendem a reforma e falam em aprofundá-la argumentando que novas flexibilizações podem criar os empregos não criados desde 2017.
No final daquele ano, assim que as regras estabelecidas pela reforma entraram em vigor, a taxa de desocupação de trabalhadores brasileiros girava em torno de 11,9%. O dado é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Desde então, a taxa nunca esteve abaixo dos 10%, como antes de 2016. Beirou 15% em 2020, na pandemia, e hoje continua acima dos 11%.
Neste mesmo período, o rendimento médio do trabalhador brasileiro caiu cerca de 7%. Se antes da reforma ele ficava em torno de R$ 2.700 por mês, hoje está em cerca de R$ 2.500 – em parte porque empregados formais perderam seus empregos e acabaram obrigados a aceitar trabalhos intermitentes, eventuais ou terceirizados previstos pela nova legislação.
“De uma forma geral, o trabalhador hoje trabalha mais para ganhar menos. Trabalha mais horas por dia por dia para ganhar menos”, resumiu o advogado Nasser Ahmad Allan, especialista em Direito do Trabalho, ao falar dos impactos da reforma trabalhista.
:: Foco do 1º de Maio, 'reforma' trabalhista fez crescer trabalho informal ::
Nenhum comentário:
Postar um comentário