O CASO MARIELLE FRANCO ESTAMOS A UM PASSO DE SABER OS MANDANTES DESTE BRUTAL CRIME QUE CHOCOU O BRASIL :
Qual o rumo das investigações :
As investigações devem apontar nas próximas semanas qual é a verdadeira cadeia de comando e interesses por trás do crime.
O nome do vereador Marcelo Siciliano, mencionado acima, apareceu em uma mensagem trocada pelo ex-militar Ailton Barros com o ajudante de ordens do ex-presidente Mauro Cid. Ambos presos em maio passado na Operação Venire.
Segundo a PF, em um dos áudios, Ailton Barros (que se apresentava como o “01 de Bolsonaro”) solicitou a Cid que intermediasse um encontro de Siciliano com o cônsul dos EUA no Brasil para resolver um problema relacionado ao visto de entrada de Siciliano. Barros relatou que Siciliano estava tendo problemas por causa do seu nome no caso Marielle.
Em uma gravação, Barros diz que conhecia os mandantes do crime e que Siciliano era inocente. A defesa de Barros disse que ele mencionou o episódio “como bravata para chamar a atenção de Bolsonaro”. A PF ouviu o ex-presidente no dia 16 de maio sobre o episódio. Bolsonaro foi questionado se tomou conhecimento desse áudio do aliado, mas afirmou à PF que Mauro Cid “nunca comentou” sobre a mensagem.
Constrangimento :
Esse não é o único contratempo para Bolsonaro. Ronnie Lessa morava no mesmo condomínio de Bolsonaro no Rio de Janeiro, o “Vivendas da Barra”. Num episódio depois desmentido pelo porteiro, Élcio de Queiroz teria entrado no local para se dirigir à casa de Bolsonaro no próprio dia do assassinato da vereadora. Mas Bolsonaro, que era deputado federal, estava naquele dia na Câmara, segundo registros do Congresso.
Na época, o ex-presidente disse que não conhecia Marielle e que “também estava interessado em saber quem mandou matá-la”. Os investigadores na época descartaram qualquer envolvimento de Bolsonaro no caso. Sobre a sua eventual ligação com Ronnie Lessa, o ex-presidente comentou que seu filho mais novo, Jair Renan, teria namorado a filha de Lessa.
Esse caso também está mal contado, argumenta Bruno Paes Manso. Há mais embaraços. Flávio Bolsonaro homenageou na Alerj membros do Escritório do Crime, inclusive o próprio chefe do grupo de extermínio, Adriano Nóbrega (morto em um confronto com a PM da Bahia quando estava foragido), e o major Ronald Paulo Alves Pereira, preso na Operação Intocáveis, em 2019, que já foi suspeito de participação no assassinato de Marielle.
Para Flávio Dino, o esclarecimento do caso Marielle é “uma questão de honra do Estado para o Brasil voltar a ter credibilidade”.
De acordo com Freixo, “saber quem foi o mandante é decisivo e importante para o Rio de Janeiro, para o Brasil, para a Segurança Pública e para a democracia”.
Em outras palavras, fragilizar o seu poder e priorizar a punição dos responsáveis. É fato.
Mais do que isso, é necessário passar a limpo a forma como o crime organizado começou a se imiscuir no Estado e tentou dobrar a democracia. É isso que está em jogo no esclarecimento do crime. Fazer essa apuração é um modo de fortalecer as instituições, mas sobretudo uma forma de homenagear Marielle e Anderson Gomes. Esse esclarecimento é o mínimo que a sociedade pode fazer para honrar suas memórias.
https://istoe.com.br/marielle-franco-e-anderson-gomes-justica-a-caminho/
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