quarta-feira, 31 de julho de 2019

CERVEJARIA ITAIPAVA É SUSPEITA DE SONEGAR 600 MILHÕES DE REAIS : O grupo Petrópolis, fabricante da cerveja Itaipava, é alvo da nova fase da Lava-Jato em Curitiba. Na mira dos investigadores estão transações financeiras suspeitas realizadas pela companhia por meio de uma rede de offshores. A investigação é baseada numa farta documentação enviada pelas autoridades da Suíça para o Ministério Público Federal do Paraná. O material, obtido por VEJA, revela como foram realizadas operações que movimentaram centenas de milhões de reais — e, segundo os investigadores, tinham como objetivo pagar propinas para políticos no Brasil. Para os procuradores da força-tarefa da Lava-Jato, há evidências de que o executivo Walter Faria, dono grupo Petrópolis, “atuou em larga escala na lavagem de ativos e desempenhou substancial papel como grande operador de propina”. O esquema, de acordo com os investigadores, funcionava com uma complexa estrutura financeira montada no exterior. As contas bancárias de offshores ligadas à companhia eram irrigadas com diversas transferências de recursos. Em contrapartida, o grupo disponibilizava dinheiro em espécie no Brasil para pagamentos de propinas. (Lava-Jato/VEJA) A investigação mostra que havia ao menos 38 contas relacionadas a Walter Faria na Suíça. Uma delas era operada pela empresa Somert AS – que recebeu 18 milhões de dólares da Odebrecht durante as eleições de 2014. Em delações premiadas, executivos da empreiteira disseram que utilizavam o grupo Petrópolis tanto para arrecadar dinheiro vivo como laranja para disfarçar repasses de propinas por meio de doações de campanha para diversos políticos. Os procuradores apontam que a fabricante de cerveja disponibilizou 208 milhões de reais em espécie à Odebrecht no Brasil, entre junho de 2007 e fevereiro de 2011, e repassou 121,5 milhões de reais em vantagens indevidas “travestidas de doações eleitorais”, entre 2008 e 2014. “É possível concluir que Walter Faria foi uma das engrenagens do aparato montado pela Odebrecht para movimentar valores ilícitos, destinados principalmente a pagar propina a funcionários públicos da Petrobras e da administração pública brasileira e estrangeira, por meio da troca de reais no Brasil por dólares em contas no exterior, expediente conhecido como operações dólar-cabo, e por meio de entrega de propina travestida de doação de campanha eleitoral realizada por empresas do grupo Petrópolis em nome da Odebrecht”, dizem os procuradores da Lava-Jato.

PRAZER E NEGÓCIO - Walter Faria na inauguração do estádio que sua cerveja batizou, em Pernambuco: luxo para poucas marcas

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