EXCLUSIVO – Lava Jato usou delação forjada de Barusco para fraudar outras duas: “Isso colocará Lula em cena”
Além dos alvos já citados, Pozzobon diz que a intenção é que as delações
afundem “a Odebrecht de vez”.
Em 2019 a Odebrecht entrou com um pedido de recuperação judicial. Em quatro anos de Lava Jato, a empresa perdeu cerca de 82% do quadro de funcionários, passando de 276 mil funcionários a 48 mil funcionários.
“A indústria de delações forjadas, a serviço de um projeto político e eleitoral, destruiu muito mais do que reputações. Deixou no país um rastro de pobreza e de miséria. Perdemos quase 5 milhões de postos de trabalho e mais de 170 bilhões em investimentos”, afirma o advogado Marco Aurélio de Carvalho, especialista em Direito Público e coordenador do Grupo Prerrogativas.
Delações fabricadas na Lava Jato
Os procuradores deixam claro que a aspa sobre o lobista Zwi Skornicki viria da colaboração premiada de Pedro Barusco. Isso pode ser meia verdade ou uma mentira completa.
Como revelou o DCM, a delação de Barusco foi editada pela Lava Jato para incluir o PT.
A prática é criminosa. Segundo a Lei 12.850 de 2013, que regulamenta a delação premiada, é vedado que autoridades sugiram versões, solicitem inclusão ou exclusão de trechos ou qualquer outro artifício que impeça a livre iniciativa do delator em levar ao conhecimento dos órgãos competentes a existência de um delito.
É igualmente crime a edição posterior do material oriundo da delação premiada. “Parece que a ilegalidade compensa. Dallagnol e Moro seguem por aí, lépidos e fagueiros. Pior: um deles, Sergio Moro, quer ser presidente da república”, diz o jurista Lenio Streck.
“A sociedade brasileira precisa enfrentar a vulgarização do instituto da delação premiada que mergulhou nosso sistema de justiça em uma crise sem precedentes. Estes procuradores desonraram a nobre função que abraçaram. Merecem uma punição exemplar e pedagógica”, defende Carvalho.
Sete Brasil, Vaccari e João Santana
Os nomes de Zwi Skornicki, Pedro Barusco, Eduardo Costa Vaz Musa e João Santana apareceram juntos na 23º fase da Operação Lava Jato.
Os procuradores do MPF de Curitiba argumentaram à época que a fase visava os pagamentos feitos no exterior pelo lobista Zwi Skornicki e por offshores controladas pelo Grupo Odebrecht em favor dos publicitários João Santana e Mônica Moura.
Pela primeira vez a Força Tarefa também apontava um esquema de corrupção na Sete Brasil, companhia de capital misto criada para produção de sondas para exploração do pré-Sal.
Segundo o MPF, à época, “pagamentos foram feitos em benefício de contratos bilionários realizados pela empresa Keppel Fels com a Petrobras e a Sete Brasil”.
Os procuradores acreditavam que as propinas dos contratos entre Sete Brasil e Keppel passavam pelo sistema de corrupção da Petrobras e alimentavam os “publicitários em benefício do PT”.
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