Nos anos de 1990, passou para o ramo da lavagem de dinheiro, tornando-se um dos cinco principais doleiros do Brasil, segundo Cláudio Esteves, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco, em Londrina, no Paraná.
Foi preso em 2000 e em 2001 em um suposto esquema de corrupção em Londrina, acusado de subornar funcionários de bancos para receber cheques municipais, inclusive sem assinatura.
Também em 2000, Youssef foi pego em um escândalo de desvio de fundos em Maringá (é, a terra de Moro), indiciado por formação de quadrilha e desvio de dinheiro público, para financiar campanhas nas eleições de 1998, inclusive a de Álvaro Dias.
Acabou fechando um acordo com os promotores, que concordaram em retirar as acusações, se ele entregasse os nomes dos funcionários públicos envolvidos. Seria a PRIMEIRA de uma série de delações premiadas, atividade que desenvolveu com maestria, usando e abusando do recurso, que, pela lei, só admite redução da pena ou perdão sob expressa condição de ILIBADA CONDUTA FUTURA. Não foi o caso, mas Moro sempre achou que não vinha ao caso. Será que moro nunca soube dessa história? Ô, sujeito desatento.
Ainda em meio ao escândalo de Maringá, Youssef também foi acusado de lavar mais de US$ 830 milhões no caso do Banestado. Novamente, fechou um acordo de delação premiada, o SEGUNDO, que, neste caso, serviu para acusar … doleiros concorrentes. Com moro à frente, Youssef saiu livre, leve e solto. Alguns dos seus maiores rivais foram presos, permitindo que o paranaense voltasse “mais forte do que nunca”, como disse, na época, Luiz Fernando Delazari, então secretário estadual de Segurança do Paraná.
Onze anos depois, em março de 2014, Youssef foi novamente preso por moro, no chamado Mensalão 2, ocorrido em 2005 (o primeiro, o Mensalão 1, o da compra dos votos para a reeleição de FHC não teve consequências, porque Geraldo Brindeiro, o Procurador Geral da República das 626 denúncias criminais dos seus oito anos no cargo (de 1995 a 2003), arquivou mais de 90% delas, encaminhando para indiciamento pelo Judiciário apenas 60, justamente as de importância menor e que envolviam personagens secundários).
Moro permitiu, então, a TERCEIRA delação premiada de Youssef, alegando que foi essencial para dezenas de indiciamentos e prisões de importantes figuras, possibilitando a comprovação de desvios bilionários.
Mas, segundo Paulo Muzell, do site Sul21, “fala-se que a Lava Jato apurou pagamentos de propinas de valores acima dos 10 bilhões de reais, valor expressivo, mas que, pasmem, representa apenas 1,7% dos valores desviados dos cofres públicos nos episódios do Banestado e da operação Zelotes”.
Ao longo dos anos, Youssef foi preso nada menos que nove vezes, sob acusações de contrabando, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Adepto da delação premiada, depôs várias vezes contra outros “doleiros” em troca de reduções de sentença. Ao longo do caminho, isso permitiu que ele reforçasse seu domínio sobre o mercado negro, diz a Polícia Federal.” – reportagem da Bloomberg.
Pausa para lembrar–
Alberto Youssef foi figura
central na transferência
ilegal de bilhões de
dólares oriundos de
recursos desviados na
farra das privatizações
do governo FHC. Na
segunda metade dos
anos 1990, por meio das
contas CC5, houve uma
sangria de recursos que
migraram do Brasil para
engordar as polpudas
reservas de empresários,
políticos, grupos de
mídia no exterior. Sem
dúvida o maior episódio
de corrupção da história
do país. Foi aberta uma
CPI no Congresso, virou
pizza; o Banco Central
boicotou as
investigações e a
imprensa silenciou. Só a
Globo teria enviado 1,6
bilhões de dólares, mais
de 5 bilhões de reais.
Além das grandes
empreiteiras, a lista de
supostos fraudadores
incluía a editora Abril, o
Correio Brasiliense, a
TVA, o SBT, dentre
outros. A justiça foi lenta,
os crimes prescreveram
e só foram punidos
alguns integrantes da
“arraia miúda”.
Autoria: jornalista Graça Lago, com base em reportagens da Bloomberg, Gazeta do Povo e Sul21
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