quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

A FONTE DA INFORMAÇÃO SITE VI O MUNDO :

 https://www.viomundo.com.br/voce-escreve/jair-de-souza-alberto-youssef-alvaro-dias-e-sergio-moro-corrupcao-e-lava-jato-tudo-junto-e-misturado.html

Jair de Souza: Alberto Youssef, Álvaro Dias e Sergio Moro, corrupção e Lava-Jato, tudo junto e misturado


Jair de Souza: Alberto Youssef, Álvaro Dias e Sergio Moro, corrupção e Lava-Jato, tudo junto e misturado
Alberto Youssef depõe CPI Mista da Petrobras no Senado, em 2014, o senador Álvaro Dias e o candidato à 3ª Sergio Moro, ambos no Podemos. Fotos: Geraldo Magela/Agência Senado e Instagram

As recentes revelações feitas pelo jornal Folha de S. Paulo sobre a participação do doleiro Alberto Youssef, envolvido em enormes golpes e falcatruas, no financiamento da campanha eleitoral de Álvaro Dias, prócer da Operação Lava-Jato e principal mentor político do ex-juiz suspeito Sérgio Moro, vem apenas confirmar aquilo que já era bem sabido por todos os que se dedicam a estudar nossa história política com certo nível de isenção e seriedade.

Ou seja, o papo furado do combate à corrupção foi sempre um pretexto utilizado pelos grandes corruptos para eliminar da cena política a qualquer pessoa ou força política que pudesse pôr em perigo o sacrossanto desejo que as classes dominantes nutrem de usar e abusar das estruturas do Estado em seu único e exclusivo benefício.

Sendo assim, o final desta brincadeira não podia ser diferente. Os fatos trazidos à tona vão deixando muito evidente que a chamada Operação Lava-Jato, desde seus primeiros instantes, estava organizada, composta e orientada por gente que demonstrou ter sempre vivido e crescido em função de benesses extraídas da própria corrupção.

Portanto, ao longo de nossa história, sempre que surgia algum dirigente político com alguma preocupação em redistribuir as riquezas produzidas pelo conjunto da sociedade de uma maneira mais equitativa que viesse a beneficiar um pouco mais às maiorias populares, sua presença e atuação eram vistas e tachadas como inaceitáveis por parte dos encarregados de zelar pelos interesses dos poderosos.

E, a partir daí, a máquina de formação de opinião das classes dominantes entrava em ação.

No entanto, as motivações que levam à tomada de decisões na vida política, muitas vezes, não podem ser expostas como elas são em realidade.

Em consequência disto, a hipocrisia passou a ser um dos instrumentos preferidos daqueles que não podem revelar as razões reais que estão por trás de sua campanha de lutas.

E, como forma de camuflar os verdadeiros motivos que insuflam sua revolta contra a concessão de direitos aos mais pobres, o combate à morte contra a corrupção foi alçado à categoria de argumento principal para garantir uma justificativa moral para aqueles que dele participam.

Também é certo que, para lograr algum êxito significativo em seu empenho, os propulsores da ideia chave desta hipocrisia precisam contar com a predisposição da base de seu público alvo a aceitar sem questionamentos a narrativa que lhe está sendo transmitida.

Ou seja, dá-se, então, aquilo que em linguística costuma-se chamar de “pacto ficcional”, no qual o autor e o receptor da mensagem fazem de conta que a ficção que está sendo transmitida é de fato uma realidade.

Em outras palavras, todos fingem que acreditam nas razões que estão sendo dadas para justificar sua atuação porque todos têm interesse que assim seja.

Desde uma perspectiva popular, é preciso reduzir ao máximo o número daqueles que estejam dispostos a aceitar como verdadeira a hipocrisia da centralidade da corrupção como o fator propulsor da luta encampada pelas classes dominantes contra as maiorias trabalhadoras.

Neste sentido, é muito importante que a corrupção seja vista e tratada como uma questão da luta de classes, e não como um tema de falso moralismo, no qual a honestidade pessoal prevaleceria por sobre todo e qualquer interesse das classes sociais envolvidas na disputa.

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