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A crise chegou aos
quartéis: Bolsonaro
divide até a caserna
"Bolsonaro está próximo de um beco sem saída. Busca no comando militar o único apoio institucional que lhe resta fora do Centrão; este último, por sua vez, parece mais alinhado com a elite econômica disposta a encerrar o desastroso governo", escreve o jornalista Rodrigo Vianna, apresentador da TV 247
O governo Bolsonaro se desfaz. Depois de ter trocado o terceiro Ministro da Saúde em um ano, e de ter sido obrigado a demitir o Ministro das Alucinações Exteriores, o presidente vê agora a crise desembocar na caserna.
A nota seca publicada pelo Ministro da Defesa, logo após ser obrigado a pedir demissão por Bolsonaro, deixa um recado certeiro: no cargo, diz o demissionário Fernando Azevedo e Silva, sempre “preservei as Forças Armadas como instituições de Estado”. Há alguém querendo usá-las de outra forma? Todos sabemos que sim.
Lembremos que Azevedo foi o chefe militar levado por Toffoli para o STF. Era ele uma ponte entre fardados e togados, a negociar vetos e votos. A ponte se quebrou, o que indica que o Supremo pode virar alvo não apenas de cabos e soldados, mas também de generais.
Aí está o centro de tudo, a mãe de todas as crises que agora se desenlaça. Atordoado, pressionado e vendo seu governo se desfazer, Bolsonaro pediu arrego aos comandantes das três forças. Certamente há entre eles (na reserva e na ativa) quem tope usar as FFAA como instituição não de Estado, mas de salvação de um governo que implode sob a sombra de 300 mil mortos.
General Etchegoyen, articulador do golpismo de Temer, saiu das sombras nos últimos dias para reclamar duramente das decisões do STF que trazem Lula de volta ao jogo. Bolsonaro, é o que se diz em Brasília, procurou os comandantes militares para pedir apoio na aventura golpista. O filho dele Eduardo tuitou dizendo que é hora de romper a “ditadura” dos governadores – que tentam colocar alguma ordem na baderna bolsonarista da Saúde.
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