Esgotados e sob pressão, médicos e enfermeiros se afastam e já recusam emprego no PR
Em um dos últimos plantões para pacientes com covid-19 internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital privado em Curitiba, o médico intensivista se viu diante de uma situação inusitada. Uma família o ameaçava para que ele colocasse, a todo custo, o parente doente em algum leito — embora não houvesse nenhum disponível.
Quando a família alertou que chamaria a polícia, o especialista prometeu a si mesmo que se afastaria, o quanto pudesse, dos atendimentos de pacientes com covid-19. “Estamos em uma evidente crise absurda. Trabalho em vários hospitais de Curitiba e todos, públicos ou privados, estão experimentando problemas, quer seja de medicação, de respiradores, de pessoal”, detalha o médico, que preferiu manter o anonimato por questões de segurança.
“Eu pensei [em me afastar] em vários momentos e sei que muitos colegas estão tomando essa decisão também. Hoje eu poderia estar trabalhando mais com covid-19, mas existe um temor de trabalhar em uma UTI desassistida de medicação, o que agora é uma realidade”, explica o especialista.
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