terça-feira, 31 de agosto de 2021

A FONTE DA INFORMAÇÃO REVISTA ISTOÉ :

 https://istoe.com.br/o-pp-foi-as-compras/

Os novos deputados progressistas fazem questão de ostentar em suas bases que mudaram de partido para obter mais recursos públicos. O deputado Átila Lins, ex-PSD, por exemplo, tem como uma das suas bases eleitorais o município de Fonte Boa. Vizinho, está Tefé, de apenas 62 mil habitantes, onde Átila Lins também atua, que recebeu R$ 3 milhões. O deputado chegou a pedir pessoalmente ao presidente Michel Temer recursos para construir na cidade de Coari um hospital da mulher. Por emendas, Coari recebeu também R$ 3 milhões. Outras cidades da sua base foram beneficiadas: Borba, São Paulo de Olivença e Carauari. No caso dos demais deputados, as emendas da Saúde para suas bases foram comprovadas por ISTOÉ. Em Sergipe, Laércio Oliveira, chegou a divulgar nota à imprensa anunciando a liberação dos recursos para a Saúde de Aracaju, após se filiar ao PP. A cidade recebeu R$ 700 mil.

Graças às manobras de Ciro Nogueira (PP-PI), o PP também inchou o número de prefeitos no Piauí: pulou de 30 para 84 prefeituras no Estado

“Vá com Deus”

O PP nega as acusações. Em nota, a assessoria do hoje deputado Ricardo Barros afirma que os repasses efetuados coincidem com a liberação do Orçamento Anual. “Todos os parlamentares foram atendidos com pagamentos de emendas impositivas, independentemente de partido político, visando sempre a melhoria do acesso de serviços à população”, diz a nota. O deputado Arthur Lira informou que não comentaria o assunto. Átila Lins, Osmar Serraglio e Ciro Nogueira não responderam. Marinaldo Rosendo diz ter trocado o PSB pelo PP porque, depois da morte de Eduardo Campos, seu antigo partido “acabou”. “Ninguém nunca ofereceu nada para mim”, garantiu Laércio Oliveira. Arnaldo Faria de Sá disse que resolveu antecipar-se a uma possível expulsão do PTB. Já Alfredo Kaefer admitiu os repasses da Saúde, mas classificou-os como “normais”.

Não é o que acham os órgãos de fiscalização e controle. Segundo uma fonte ouvida por ISTOÉ, a compra de deputados pelo PP durante a janela de transferências afim de inchar sua bancada, tornando-a a segunda maior da Câmara, está na mira do Tribunal de Contas da União. Auditores da corte já seguem o caminho do dinheiro para estabelecer a relação direta entre a troca de partido e liberação de recursos públicos. O modus operandi da operação montada pela tríade do PP – Ricardo Barros, Ciro Nogueira e Arthur Lira – é semelhante ao adotado no escândalo conhecido como “Anões do Orçamento”, celebrizado no final dos anos 80.


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