COMO POLÍTICA AMBIENTAL DE BOLSONARO AFETOU IMAGEM DO BRASIL EM 2019 E QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DISSO
País deixou de ser retratado pela imprensa internacional como uma das lideranças no combate ao aquecimento global
Nathalia Passarinho
31/12/2019 - 09:21 / Atualizado em 31/12/2019 - 09:25
No dia 13 de agosto, a embaixada brasileira em Londres amanheceu manchada de vermelho, repleta de pichações e cercada por ativistas. O Brasil, definitivamente, estava sob os holofotes.
Foi tópico global no Twitter e ganhou manchetes em todo o mundo, uma exposição que não foi detonada apenas pelo aumento dos incêndios no Centro Oeste e Norte do país, em agosto, mas também por uma guinada no discurso e nas políticas do governo brasileiro para o meio ambiente.
Em 2019, o país deixou de ser retratado pela imprensa internacional como uma das lideranças no combate ao aquecimento global para, aos poucos, ser visto como nação que ameaça os esforços globais de preservação do ecossistema.
Mas como ocorreu essa mudança na imagem do Brasil no exterior? E quais as consequências políticas, econômicas e diplomáticas disso para o país?
DE SEDE DA 1ª CONFERÊNCIA DA ONU SOBRE CLIMA PARA 'OBSTRUTOR'
Desde 1992, quando sediou a primeira conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, o Brasil se apresentava como liderança na defesa de metas globais ambiciosas de redução de emissões de gases poluentes.
Embora sempre tenha feito pressão para que países desenvolvidos assumissem uma fatia maior da responsabilidade e compensassem financeiramente nações emergentes pela contribuição que fizessem, os governos brasileiros, de 1992 para cá, sempre adotaram um discurso de compromisso ambiental.
Isso ajudou a consolidar o chamado soft power brasileiro. O termo se refere ao uso de valores políticos e culturais — sem uso de coerção, poder econômico ou militar — para tentar exercer influência em decisões internacionais por meio de sua capacidade de persuasão.
Especificamente no campo ambiental, o papel de liderança do Brasil colocou o país em posição de destaque em negociações com grandes potências, como União Europeia e Estados Unidos. O Brasil era frequentemente escolhido para sediar e presidir eventos internacionais, como a Rio+20, em 2012.
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