Laudo da perícia pode causar reviravolta na investigação da morte de modelo em SP
Segundo a versão do namorado, Priscila Delgado teria cometido suicídio, mas peritos apontam incongruências

Novas evidências podem causar uma reviravolta no caso da morte da modelo Priscila Delgado,
de 27 anos, que mantinha um relacionamento com o delegado Paulo
Bilynskyj, de 33 anos. Priscila morreu na manhã do dia 20 de maio em São
Bernardo do Campo. A história contada pelo delegado duas horas após a
morte, gravada em um vídeo quando ele estava dentro de uma UTI, sustenta
o seguinte: “Priscila, minha namorada, viu [no meu celular] uma
mensagem [enviada] antes de ela ir morar na minha casa. Hoje de manhã,
quando eu saí do banho, ela deu seis tiros em mim e um tiro nela mesma.
Estou em estado grave e vou passar por uma cirurgia”. Contudo o laudo da
perícia feita no apartamento concluiu que a bala que matou a modelo não
partiu da arma que estava perto do seu corpo, segundo fontes ligadas à
investigação ouvidas por ÉPOCA. Ao analisar o trajeto do projétil, os
peritos também concluíram que a versão sobre o suicídio da modelo é
pouco factível.
As revelações preliminares da perícia levaram os investigadores de
volta à cena do crime na sexta-feira passada. Eles fotografaram o
apartamento, colheram provas materiais e registros de digitais para
saber se o corpo da modelo foi arrastado pelo apartamento depois de
atingida. Agora, a tese de que Priscila alvejou Bilynskyj e, no meio do
tiroteio, o delegado deu um tiro certeiro no peito da modelo é a mais
próxima para elucidar o caso. O que a polícia tenta descobrir é de qual
arma partiu o tiro que matou Priscila.
Pelas fotos feitas pela
perícia, é possível atestar que a pistola Glock 9 milímetros encontrada
ao lado do corpo de Priscila não poderia ter sido usada por ela para se
matar. Isso porque o carregador com capacidade para 15 tiros havia sido
arrancado da arma. “A Priscila não teria como se matar com essa arma e
após o ato ainda retirar o carregador. A troco do que ela faria isso?”,
questiona o advogado da família da modelo, José Roberto Rosa.
É um
mistério tanto para os investigadores quanto para a defesa de Bilynskyj
o motivo pelo qual ele sustentou pouco antes de perder a consciência
que a modelo se matou. “Se ele admitir que a modelo tentou matá-lo com
esses seis tiros e ele acabou executando-a para escapar da morte, não
pegaria nada porque estaria caracterizado legítima defesa”, comentou um
delegado que investiga o caso.
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