Na tentativa de garantir o recebimento da contribuição em dia, alguns municípios do Vale do Ivaí optaram por transferir do carnê do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para a conta de água da Sanepar a cobrança da taxa de coleta de lixo, a partir de 2018. Outros vêm adotando esta medida já há alguns anos.
A transferência da taxa de lixo do carnê de IPTU para a conta de água foi um assunto bastante discutido no ano passado durante as reuniões da Associação dos Municípios do Vale do Ivaí (Amuvi). A entidade, inclusive, fez tal recomendação aos prefeitos, assim como é a orientação da Associação dos Municípios do Paraná (AMP).
Esta é uma maneira de as prefeituras receberem o recurso com mais eficiência e praticidade, já que nem todos os contribuintes pagam em dia o IPTU e, consequentemente, também deixam de pagar a taxa de lixo. A adoção desta medida, no entanto, tem sido barrada por vereadores ou, em caso de aprovação, sido alvo de reclamações de moradores. A alegação é a de que a cobrança da taxa de lixo no talão de água onera o bolso do contribuinte, já que aumenta o valor da conta a pagar.
Em Rosário do Ivaí e Califórnia, esta medida foi barrada pelas câmaras de vereadores. Com isso, a cobrança neste ano continua sendo através dos carnês de IPTU.O prefeito de Califórnia, Paulo Wilson Mendes (PDT), o Paulinho Moisés, alega que a Prefeitura tem um custo mensal de R$ 30 mil para fazer a limpeza da cidade e a coleta de lixo. No entanto, não consegue arrecadar mais do que R$ 1,5 mil por mês ou R$ 18 mil por ano. “A Prefeitura não consegue receber a taxa, mas tem que fazer o serviço da mesma forma”, reclama o prefeito, lamentando não ter conseguido adotar esta medida em Califórnia. Em Rosário do Ivaí, o prefeito Ilton Shiguemi Kuroda (PSC), diz que ainda no início do mandato enviou para a Câmara de Vereadores projeto de lei transferindo a cobrança da taxa de lixo do IPTU para a conta de água da Sanepar. No entanto, o projeto não passou pela aprovação dos vereadores. “Com isso, a Prefeitura continua arcando com um alto custo pelo serviço, sem a contrapartida necessária para bancar a conta”, lamenta.
Em Lunardelli e Jardim Alegre, prefeituras conseguiram aprovação dos vereadores para transferir a cobrança da taxa de lixo para a conta de água da Sanepar. No entanto, muitos moradores estão reclamando da nova forma e também dos valores, que para este ano foram atualizados.De acordo com a Sanepar, no Vale do Ivaí já cobram a taxa de coleta de lixo no talão de água as prefeituras de Apucarana, Ivaiporã, Marilândia do Sul, São João do Ivaí, Lunardelli, São Pedro do Ivaí e agora Jardim Alegre. Em todo o Paraná são 114 municípios que adotaram esta prática. A Sanepar informa que a qualquer momento o contribuinte pode solicitar na Sanepar a exclusão da tarifa de lixo no talão de água, mediante comunicado à Prefeitura.
O projeto de lei de autoria do Executivo, viabilizando o novo sistema
de cobrança a partir de 2018, foi aprovado pelos vereadores no
ano passado. No total 3,5 mil domicílios passarão a receber
a tarifa de água com o valor da taxa de limpeza pública.
O dinheiro arrecadado com a taxa será investido na terceirização
da limpeza da cidade, que já está sendo adotada, na ampliação
da coleta de lixo e coleta seletiva que em Jardim Alegre é em
torno de 170 toneladas por mês. Também será investido
na manutenção e melhorias do aterro sanitário e na compra
de equipamentos para a limpeza pública.
Com o desmembramento do carnê do Imposto Predial
e Territorial Urbano (IPTU), a prefeitura vai garantir uma
arrecadação de cerca de R$ 500 mil por ano com
a taxa de limpeza. Segundo o prefeito José Roberto Furlan,
dentro da nova realidade financeira, os municípios precisam
empenhar-se para garantir receitas próprias.
‘‘Mais cedo ou mais tarde teríamos que adotar este sistema.
Não dava para continuar como estava.
No ano passado arrecadamos R$ 90 mil com a taxa de limpeza,
somente para a reciclagem nós pagamos R$ 144 mil,
ficamos no negativo com R$ 54 mil. Nós temos que pagar
a manutenção dos caminhões, do aterro sanitário,
pagar os servidores que fazem a coleta e a limpeza urbana.
A nossa cidade estava sempre suja sem varrer porque
não temos gari”, observa.
“Agora estamos suprindo este serviço com empresas,
como faz Ivaiporã e outras cidades que já adotaram este sistema”,
pondera Furlan. Ainda segundo Furlan com os
recursos suficientes para a limpeza da cidade,
será possível a Prefeitura melhorar
os serviços em outros setores.
“O lado bom é que vamos conseguir manter a cidade limpa
e ainda melhorar os serviços de outros setores. Como,
por exemplo, fazer galerias pluviais, recape em ruas que
estão intransitáveis. Precisamos melhorar a iluminação,
tem muita coisa para fazer”, completa (IVAN MALDONADO
FONTE: TRIBUNA DO NORTE - DIÁRIO DO PARANÁ
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