terça-feira, 28 de abril de 2020

A FONTE DA INFORMAÇÃO REVISTA ÉPOCA :

'MINHA MÃE MORREU NA MESMA UTI EM QUE MINHA AVÓ ESTÁ INTERNADA', DIZ MORADORA DE LONDRINA

Amanda Lima de Castro, de 29 anos, teve confirmação para Covid-19 assim como sua mãe, sua avó e sua tia; as quatro mulheres moravam na mesma casa e, com exceção da mais jovem, todas acabaram indo para a unidade de terapia intensiva
Amanda Lima de Castro ao lado da mãe Regina Aparecida Foto: Reprodução
Uma família de Londrina, no Paraná, foi atingida em cheio pelo novo coronavírus. A mãe, a tia e a avó de Amanda Lima de Castro, de 29 anos, precisaram ser internadas na UTI por apresentarem complicações com a doença. Regina Aparecida de Lima, de 56 anos, mãe da jovem, não resistiu e morreu enquanto a avó dela, que estava na UTI do mesmo hospital, ainda se recupera. Ela não sabe do falecimento da filha. "Nossa família está procurando forças, eu ainda estou sem chão. Minha tia que também estava internada já sabe, precisei implorar aos médicos para dar a notícia que a irmã dela tinha morrido pessoalmente. Mas a minha avó ainda não sabe, estava fragilizada, estamos procurando um jeito de contar. Imagino o baque que vai ser para ela voltar para casa sem uma filha, sem nem se despedir", lamentou Amanda a ÉPOCA.
As primeiras integrantes da família a apresentarem sintomas da doenças foram Amanda e a mãe, na semana do dia 20 de março. Elas tiveram os sintomas típicos da doença por cerca de uma semana: coriza, dor no corpo, dor de cabeça e mal estar. Mas pouco tempo depois a mãe dela teve uma piora no quadro clínico, procuraram uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), foram medicadas e liberadas.
Segundo Amanda, as dores só aumentaram em casa, mesmo depois de três dias de antibiótico. No mesmo período, sua avó, de 83 anos, e a tia, de 73, começaram a apresentar os mesmos sintomas de gripe. Nesse momento, surgiu a preocupação na família, que ainda pensava que o diagnóstico poderia ser de dengue.
Amanda (de saia), com a avó (de preto), a mãe e a tia (à dir.): todas com Covid-19 Foto: Reprodução
Amanda (de saia), com a avó (de preto), a mãe e a tia (à dir.): todas com Covid-19 Foto: Reprodução
 "Minha avó e minha tia quiseram esperar o resultado do exame para procurar atendimento. Assim que saiu, minha avó, pela idade, foi internada na hora e minha tia foi logo em seguida. Elas não precisaram ser entubadas, mas passaram 15 e 12 dias, respectivamente, na UTI do mesmo hospital que minha mãe morreu", contou.
A tia de Amanda já teve alta hospitalar e está em casa, enquanto a avó foi transferida para o quarto para aguardar o fim da recuperação. As quatro sempre moraram juntas na mesma casa, que há pouco tempo ganhou a presença do filho de Amanda. Ela acredita que ela e o bebê tenham sido mais resistentes ao vírus e, por isso, não apresentaram piora no estado de saúde.
Amanda e as familiares Foto: Reprodução
"Acredito mesmo que nós cinco fomos contaminados. Meu filho teve um dia de febre, foi medicado e melhorou. Eu também tive os mesmos sintomas da minha mãe, mas só fui testada um mês depois, já que não era grave, e deu negativo. É uma situação terrível, desesperadora, uma angústia absurda", contou Amanda.

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