quinta-feira, 30 de abril de 2020

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Vídeo vira arma na briga de Bolsonaro com Moro

Vídeo vira arma na briga de Bolsonaro com Moro

O presidente Jair Bolsonaro havia prometido divulgar a gravação da última reunião ministerial que o então titular da Justiça Sérgio Moro participou, no dia 14. Na ocasião, Bolsonaro cobrou do ex-juiz da Lava Jato que se posicionasse sobre prisões, consideradas por ele como “ilegais”, de pessoas que furaram a quarentena imposta por prefeitos e governadores para evitar a propagação do novo coronavírus. O clima foi tenso.
“Nossa reunião é filmada e fica no cofre lá o chip”, contou Bolsonaro, ao dizer que pediu autorização dos outros ministros para tornar público o vídeo. “Mandei legendar e vou divulgar. Tirem as conclusões de como eu converso com os ministros.”
Nesta quinta-feira, porém, Bolsonaro afirmou que recebeu uma recomendação para não divulgar o áudio da reunião. “Último conselho que tive é não divulgar para não criar turbulência. Uma reunião reservada, então é essa a ideia. Talvez saia, mas por enquanto não”, disse o mandatário nesta quinta-feira, 30, ao deixar o Palácio da Alvorada.
Desde que Moro pediu demissão, no dia 24, acusando Bolsonaro de interferência política na Polícia Federal, tudo parece empurrar o governo para uma crise atrás da outra. Agora, por exemplo, o problema não é apenas “cortar o combustível do Posto Ipiranga”, como disse o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto, numa referência ao atual chefe da equipe econômica, Paulo Guedes, que carrega esse apelido.
O mais grave é que o próprio Bolsonaro, insuflado pela ala ideológica da Esplanada, tende a jogar gasolina na crise. Apesar de desconfiar de tudo e de todos, espalhando até boatos para aliados, com o intuito de identificar quem “vaza” notícias no Palácio do Planalto, o presidente não enxerga uma tempestade de grandes proporções no horizonte. Mas vê conspiração. “É muita trovoada para pouca chuva”, resumiu ele.

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