Depoimento de Moro sobre interferência de Bolsonaro na PF já dura oito horas

O depoimento do ex-ministro da Justiça Sergio Moro na Superintendência da Polícia Federal no Paraná, em Curitiba, já dura oito horas. Segundo informações de fontes da polícia, foram duas pausas até agora, uma para Moro e os delegados irem ao banheiro e outra, por volta das 20h30, para o jantar. Um entregador de pizza chegou à superintendência.
Além de Moro estão na sala, o advogado do ex-ministro Rodrigo Rios, três procuradores, João Paulo Lordelo Guimarães Tavares, Antonio Morimoto e Hebert Reis Mesquita. Também estão nolocal três delegados: Cristiane Corrêa, chefe do Serviço de Inquéritos Especiais (Sinq), que investiga pessoas com foro privilegiado, Igor Romário de Paula, diretor de Combate ao Crime Organizado, e Érika Marena, que deixou o Departamento de Cooperação Internacional do Ministério da Justiça e voltou para a PF, atuando também no Sinq. Também está nas sala um escrivão.
O ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, chegou às 13 horas de desta sábado (2) pelos portões dos fundos da sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, para depor para a PF e para a Procuradoria Geral da República (PGR) sobre as denúncias feitas contra o presidente Jair Bolsonaro durante seu discurso de despedida do governo. O ex-juiz federal será assistido de um advogado.
Antes da chegada do ministro, um grupo de apoiadores do presidente (menos de 100 pessoas) ficou desde as 10 horas na frente da sede da PF com palavras de ordem contra Moro e a imprensa. Uma das coordenadoras, Paula Milani, se recusou a falar com a imprensa, assim como outros militantes. "Com tantos crimes maiores, porque ele quis se voltar contra o presidente e sua família?", gritavam do carro de som.
Militantes tomavam o microfone e chamavam Moro de "Judas", "rato", e chegaram a falar que "a biografia do Moro deveria ser jogada na privada", entre outros xingamentos. "Porque não investigava quem tentou matar o presidente?", gritavam.
Com Moro já no interior da sede, cobraram sua presença. "Não teve dignidade de vir dar oi para as duas únicas pessoas que estão aqui defendendo, pois todas outras estão com o presidente", disse uma manifestante.
Cerca de cinco apoiadores de Moro levavam faixas de apoio. O consultor Marcos Silva disse que acreditava em Moro e não merecia esse tratamento. "Acreditamos na honestidade de Sergio Moro, assim como ele fez na Lava-Jato ele tentou fazer no Ministério da Justiça, mas chegou perto dos filhos do presidente", disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário