SEGUNDO O DEPUTADO FEDERAL JULIAN LEMOS.

A marca de Bolsonaro
“Talvez as pessoas não enxerguem, mas esse sinal de deslealdade do presidente vai ser uma das marcas dele. E isso vai voltar para ele em algum momento. O volume de pessoas que foram traídas é grosso. E a indignação delas com esse tipo de atitude é profunda demais. São generais, amigos, pessoas que ajudaram de alguma forma e tinham ligação com ele. E ele não tem misericórdia dessas pessoas. Deixa a má fama pegar. Da última vez que estive com ele, não reconheci. Está diferente até no jeito de falar. Quando a gente planta algumas coisas, o universo entende o recado. De alguma forma ou de outra, a angústia que o Jair gerou nessas pessoas vai se dirigir a ele. Mas o presidente fez um pacto com o Brasil, mas se resume à família. Ninguém mais importa.””
O primeiro contato com Moro
“Eu estava presente na primeira vez que o Jair falou com o Sergio Moro por telefone. Foi depois de um episódio em que o Jair encontrou Moro no aeroporto e ele não o cumprimentou. Passou direto e o Jair ficou no vácuo. Foi totalmente ignorado. A imprensa estava lá e registrou o episódio. Ele entrou arrasado no avião, ficou no chão, decepcionado. Quando estávamos em Parnaíba (PI), o Moro ligou. Disse que foi um mal entendido e que não o tinha visto. Moro, naquele momento, era o pop star do Brasil. Jair ficou tão feliz que chorou.”
O preço da ingratidão
“Não é possível ter tanta ingratidão por pessoas como nós. Fui escudeiro dele até o final. Há três, quatro anos, eu chegava nos lugares e encontrava voluntários para ajudá-lo. Sempre chegava um ou dois dias antes nos estados para montar tudo e preparar a segurança. Dirigia para ele, o assessorava, e durante muito tempo a agenda era feita exclusivamente por mim e repassada ao gabinete dele. Eu era o 01. Eu provei muita comida dele antes comer. ‘Prova aí, Paraíba’, ele dizia. Eu provava mesmo. Água ele só tomava se fosse da minha mão. Se alguém desse alguma coisa, ele não comia. E eu acreditava mesmo que podia ter alguma coisa contra ele. O Jair já chegou a me avisar: ‘Paraíba, tu tem risco de morrer, como eu tenho’. E tinha vezes que a gente ficava com medo mesmo, porque não tinha estrutura nenhuma. Depois chegou o Bebianno, que teve uma participação única. Foi ele quem tratou dos processos no Supremo e viabilizou a candidatura, chegando a falar pessoalmente com ministros.”
“Não é possível ter tanta ingratidão por pessoas como nós. Fui escudeiro dele até o final. Há três, quatro anos, eu chegava nos lugares e encontrava voluntários para ajudá-lo. Sempre chegava um ou dois dias antes nos estados para montar tudo e preparar a segurança. Dirigia para ele, o assessorava, e durante muito tempo a agenda era feita exclusivamente por mim e repassada ao gabinete dele. Eu era o 01. Eu provei muita comida dele antes comer. ‘Prova aí, Paraíba’, ele dizia. Eu provava mesmo. Água ele só tomava se fosse da minha mão. Se alguém desse alguma coisa, ele não comia. E eu acreditava mesmo que podia ter alguma coisa contra ele. O Jair já chegou a me avisar: ‘Paraíba, tu tem risco de morrer, como eu tenho’. E tinha vezes que a gente ficava com medo mesmo, porque não tinha estrutura nenhuma. Depois chegou o Bebianno, que teve uma participação única. Foi ele quem tratou dos processos no Supremo e viabilizou a candidatura, chegando a falar pessoalmente com ministros.”
Gabinete do ódio
“O gabinete do ódio, na realidade, não existe como um lugar físico. Eu soube que se tentou implementar uma espécie de gabinete paralelo para formar dossiês e descontruir pessoas – eu, por exemplo, fui vítima disso. Há vários administradores, entre eles o Tércio Arnaud [assessor especial da Presidência] e o Eduardo Guimarães [assessores do Eduardo Bolsonaro]. A página do Hélio Lopes, por exemplo, é administrada por eles. Ali eles arrebentam com qualquer um. Essas páginas, em épocas de campanha, podem fuzilar os adversários deles. Na campanha, eu os vi fazendo memes. Daí mandam para os cabeças e começam a atacar. O pior é que existem pessoas que não têm noção de que estão sendo manipuladas neste sentido.”
“O gabinete do ódio, na realidade, não existe como um lugar físico. Eu soube que se tentou implementar uma espécie de gabinete paralelo para formar dossiês e descontruir pessoas – eu, por exemplo, fui vítima disso. Há vários administradores, entre eles o Tércio Arnaud [assessor especial da Presidência] e o Eduardo Guimarães [assessores do Eduardo Bolsonaro]. A página do Hélio Lopes, por exemplo, é administrada por eles. Ali eles arrebentam com qualquer um. Essas páginas, em épocas de campanha, podem fuzilar os adversários deles. Na campanha, eu os vi fazendo memes. Daí mandam para os cabeças e começam a atacar. O pior é que existem pessoas que não têm noção de que estão sendo manipuladas neste sentido.”
Santos Cruz e o boicote às mídias bolsonaristas
“O general Santos Cruz é uma pessoa de personalidade, o que falta às pessoas que hoje trabalham com o presidente. O rei está nu e ninguém diz – porque não tem coragem de dizer. Certa vez o Bolsonaro tentou nomear o sobrinho dele, o Leo Índio. O general Santos Cruz disse que não o faria, porque ele não tinha qualificação técnica para um salário de 15 mil reais. Ele colocava limites, principalmente no entorno do presidente, e isso fez com que ele caísse. Existia uma movimentação para fortalecer canais alternativos – e amigáveis – de mídia, através da Secom, e o Santos Cruz não deixou. Ele foi muito correto – esse é o defeito dele.
“O general Santos Cruz é uma pessoa de personalidade, o que falta às pessoas que hoje trabalham com o presidente. O rei está nu e ninguém diz – porque não tem coragem de dizer. Certa vez o Bolsonaro tentou nomear o sobrinho dele, o Leo Índio. O general Santos Cruz disse que não o faria, porque ele não tinha qualificação técnica para um salário de 15 mil reais. Ele colocava limites, principalmente no entorno do presidente, e isso fez com que ele caísse. Existia uma movimentação para fortalecer canais alternativos – e amigáveis – de mídia, através da Secom, e o Santos Cruz não deixou. Ele foi muito correto – esse é o defeito dele.
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