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sábado, 25 de julho de 2020

A FONTE DA INFORMAÇÃO REVISTA ÉPOCA :

Estudo liderado por Oxford: 76% das infecções por Covid-19 no Brasil têm origem em três linhagens do coronavírus

Mapeamento genético sequenciou amostras de 427 pacientes com Covid-19 durante progressão da doença; mais de 100 infectados entraram no país em fase inicial

Paramédicos transferem indígena da tribo Tupinambá grávida de oito meses e diagnosticada com a Covid-19 em Santarém (PA) Foto: TARSO SARRAF / AFP
Paramédicos transferem indígena da tribo Tupinambá grávida de oito meses e diagnosticada com a Covid-19 em Santarém (PA) Foto: TARSO SARRAF / AFP 

O maior mapeamento genético das variantes de coronavírus em circulação no Brasil sugere que 76% das infecções no país foram provocadas por apenas três linhagens. Ao sequenciar o material genético de 427 amostras de vírus na América Latina, os pesquisadores concluíram que mais de 100 pessoas infectadas cruzaram a fronteira do país para dar início à epidemia, mas apenas algumas  desencadearam surtos locais.
A informação, que é importante para monitorar a propagação geográfica do vírus e orientar projetos futuros de vacinas, está descrita em estudo publicado nesta quinta-feira (23) na revista "Science", num dos trabalhos científicos mais abrangentes sobre a presença do coronavírus no Brasil publicados até agora.
Ambulância deixa paciente no hospital Getúlio Vargas, no Rio, antes da Covid-19 Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
Ambulância deixa paciente no hospital Getúlio Vargas, no Rio, antes da Covid-19 Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
Ao todo, 15 instituições brasileiras participaram do projeto conduzido pela Universidade de Oxford, que lidera o estudo do Imperial College de Londres, além de outros centros de pesquisa estrangeiros. USP, Unicamp e UFRJ coordenaram os sequenciamentos genéticos feitos a partir de amostras coletadas em mais de 80 municípios em 20 estados
Uma detalhada análise epidemiológica do trabalho cruzou dados de registros de casos de Covid-19, mobilidade de pessoas medida por telefones celulares e as relações entre os genomas sequenciados.
No estudo, assinado por 81 cientistas, a mensagem é clara: a epidemia ainda está fora de controle no país, é preciso ampliar medidas de distanciamento social, testagem e rastreamento de contatos (esta última uma medida nunca adotada pelo país em maior escala).
"Este estudo joga luz sobre a transmissão epidêmica e as trajetórias evolutivas das linhagens de Sars-CoV-2 no Brasil e fornece evidência de que as intervenções atuais continuam insuficientes para manter a transmissão do vírus sob controle no país", escrevem os cientistas.

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