Investigação apura se
há fraudes em
negociações milionárias
de padre Robson com
parentes de políticos
de Trindade
Secretaria de Segurança Pública passa a integrar força-tarefa que
investiga desvio de R$ 120 milhões doados por fiéis. Fundador da
entidade, padre Robson nega irregularidades.
Por Vanessa Martins, G1 GO
Vice-prefeito de Trindade
O nome político citado várias vezes nas peças do MP, no entanto, é o vice-prefeito de Trindade, Gleysson Cabriny. Irmão e outros parentes dele
também aparecem no processo, todos como pessoas que seríam
sócias de empresas que fizeram muitas transações com a Afipe.
Segundo os registros do MP, várias empresas investigadas funcionam no mesmo endereço em prédio de luxo de Goiânia e têm ainda o mesmo contador.
Por meio de nota, a defesa deles disse que "a família Cabriny realizou
inúmeros negócios com a Afipe, todos lícitos, declarados e registrados".
O comunicado destaca que "Gleysson não foi alvo de busca e apreensão, tampouco intimado para qualquer ato".
Entre as centenas de transações imobiliárias realizadas pela
Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) nos últimos anos estão
compras de imóveis de parentes de políticos de Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia. O Ministério Público de Goiás (MP-GO)
investiga essas e outras negociações milionárias para saber se
houve desvio de dinheiro doado por fiéis à entidade por meio
dessas compras e vendas.
Fundador da entidade, padre Robson de Oliveira sempre negou
que tenha desviado dinheiro de fiéis doados à Afipe. Ele afirma
que criou essa e outras associações com nomes similares a partir
de 2004, conhecidas como Afipes, com o objetivo de proporcionar
auxílio na vivência da fé e propagar a devoção ao Divino Pai Eterno.
O Grupo de Combate à Corrupção do Ministério Público do MP-GO
esclarece que as negociações em geral com a Afipe não são
necessariamente criminosas, mas que, sendo muitas e de
valores altos, devem ser apuradas para ver se de fato não há
nenhuma irregularidade.
"As Afipes fizeram mas de 1,2 mil
negociações imobiliárias. Não é o fato
[de comprar
ou vender um imóvel] que a torna suspeita,
mas chama a atenção os valores altos
e a quantidade", informou o MP.
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