domingo, 30 de agosto de 2020

A FONTE DA INFORMAÇÃO SITE PORTAL G1.COM :

Por Rafael Oliveira, G1 GO.

O padre Antônio Carlos de Oliveira, de 64 anos, lotado como sacerdote no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade,
 é citado no processo do Ministério Público de Goiás (MP-GO), 
que investiga possíveis desvios de dinheiro dos devotos, como sócio 
de uma rádio sediada em Goiânia e que recebeu 37 transferências que somaram R$ 96 milhões 
da Associação Filhos do Pai Eterno e Perpétuo Socorro, 
uma das entidades fundadas pelo padre Robson de Oliveira.
Segundo o MP-GO, os pagamentos levantaram a suspeita de lavagem de dinheiro "em virtude da elevada quantia e da forma empregada para as transferências". A investigação das movimentações financeiras e
 imobiliárias das Afipes desencadeou a Operação Vendilhões
que apura desvios de R$ 120 milhões nas contas das associações.
G1 pediu um posicionamento à Ordem Redentorista de Goiás, 
já que o padre pertence à Congregação do Santíssimo Redentor, 
mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
 Outro citado como sócio do padre, Anderson Reiner Fernandes, 
não atendeu às ligações efetuadas na tarde
de sábado (29).
Já padre Robson nega as irregularidades. A defesa do sacerdote 
informou em nota que ainda se dedica ao inquérito próprio (PIC),
 ao qual teve acesso
 apenas nesta semana. "Tão logo os advogados acessem todas as 
suposições do Ministério Público do Estado de Goiás, as informações necessárias serão prestadas e esclarecidas ponto a ponto. 
O padre Robson é o maior
 interessado na verdade e na transparência. A defesa aguarda
 e insiste com o Ministério Público para que ele seja ouvido, o que não aconteceu nem foi agendado até então". São três associações sob
 investigação que são ligadas ao Santuário Basílica de Trindade. 
Todas foram fundadas por padre Robson: Associação Filhos do Pai Eterno, Associação Filhos do Pai Eterno e Perpétuo Socorro e Associação 
Pai Eterno e Perpétuo Socorro. Elas são chamadas, pelos investigadores,
 de Afipes.
As entidades foram criadas pelo padre Robson a partir de 2004, 
com o objetivo de proporcionar auxílio na vivência da fé e propagar
 a devoção ao Divino Pai Eterno. O religioso era responsável pela
 administração do Santuário Basílica de Trindade, um dos maiores 
do Brasil, mas se afastou das funções temporariamente para colaborar
 com o MP-GO. Ao todo, os repasses para empresas de comunicação 
somam R$ 456 milhões. Esses pagamentos também são investigados, segundo os promotores, por não ter afinidade com o objetivo final da
 Afipe, que é proporcionar auxílio na vivência da fé e propagar
 a devoção ao Divino Pai Eterno.

“As rádios não têm nada a ver

com a regulação de programação religiosa.

Está bem distante da finalidade”,

disse o promotor de Justiça

Paulo Penna Prado, que está no grupo da

investigação do MP-GO.
O Ministério Público de Goiás revela na investigação, em documentos 
enviados ao Tribunal de Justiça de Goiás, que "permanecem como 
sócios da referida empresa Anderson Reiner Fernandes 
e Antônio Carlos de Oliveira, que seria sacerdote na Basílica
do Divino Pai Eterno, em Trindade".

Casa de praia vendida para a Afipe por uma das rádios da Celestina — Foto: Reprodução/Fantástico

Casa de praia vendida para a Afipe por uma das rádios da Celestina — Foto: Reprodução/Fantástico

Sociedade entre investigados

Sócio do padre Antônio Carlos, Anderson Reiner Fernandes é advogado
 da Afipe e aparece diversas vezes na investigação por realizar 
operações com as associações do Divino Pai Eterno, as quais são
 consideradas suspeitas pelo MP-GO
Anderson Reiner teria feito cinco transações imobiliárias com a Afipe 
de mais de R$ 2 milhões. O negócio da casa de praia na Bahia, 
por exemplo, vendida à entidade, foi feita pela empresa do advogado,
 conforme o MP-GO.
Para chegar ao padre Antônio Carlos, o MP cruzou dados de
 Anderson na base de dados da Receita Federal do Brasil. 
Os promotores verificaram que outra pessoa investigada como
 "laranja" do padre Robson também foi sócia da rádio. Trata-se de
Advogada de Celestina, Cláudia Seixas disse que não irá se 
manifestar, em respeito às investigações.
Anderson Reiner entrou na sociedade na mesma data que 
Celestina Bueno saiu, em outubro de 2016. Ela era ex-doméstica
 do Santuário do Divino Pai Eterno entre 2011 e 2014, quando
 passou a figurar como sócia em três emissoras de rádio e teve
 um avião, que foi vendido depois para o
 padre Robson por R$ 2 milhões.
Investigada por supostos desvios na Afipe, ex-doméstica teve avião,  movimentou milhões em contas e se tornou sócia de rádios | Goiás | G1


Celestina Celis Bueno figurou sócia em empresas e movimentou milhões, Goiás — Foto: Reprodução/Facebook

Celestina Celis Bueno figurou sócia em empresas e movimentou milhões, Goiás — Foto: Reprodução/Facebook

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