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sábado, 4 de abril de 2020

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Crédito: Divulgação

A GRIPE ESPANHOLA 1918 .

As lições da peste de 1918

Quinhentos milhões de pessoas infectadas em todo o mundo durante a pandemia ocorrida há um século — e que os infectologistas chamam de “o maior holocausto médico da história” — nos deixaram lições para o inferno marcado pela Covid-19. A primeira é que na luta contra os vírus que sofrem mutações genéticas radicais não se pode reagir com lerdeza e tibieza. O vírus do passado foi uma variação do Influenza H1N1, batizado como gripe espanhola e que detonou um surto no segundo semestre de 1918, já no fim da Primeira Guerra Mundial. Durou até 1920, e para se ter ideia de sua ação predadora basta um cotejamento: o conflito armado matou cerca de nove milhões de pessoas, entre militares e civis, enquanto a peste ceifou pelo menos sessenta milhões de vidas. É isso o que se precisa evitar com o tsunami pandêmico que, nesse momento, faz a Terra tremer.   

A história se repete

Se alguns governantes gostam de esconder a verdade nessas ocasiões, como o fez a China quando detectou o novo coronavírus, imagine-se em tempos de guerra. Foi assim que Alemanha, EUA, França e Grã-Bretanha preferiram ocultar os primeiros casos, surgidos nas trincheiras e em quarteis americanos, para não derrubar o moral das tropas. Coube à Espanha, isenta no conflito, noticiar que uma pandemia estava nascendo. E foi por isso, somente por isso, que a gripe surgida nos EUA se chamou gripe espanhola. A demora na ação sanitária dos países foi fatal. A medida profilática da quarentena para evitar aglomerações demorou a ser determinada. A transmissibilidade do H1N1 era tão veloz como é a da Covidi-19. Para aqueles que são contrários ao isolamento, como o presidente Donald Trump (apesar de ter perdido o avô na gripe espanhola) e o seu pupilo Jair Bolsonaro, tomemos o exemplo da Filadélfia e de St. Louis. Em 1918, manteve-se um ato público patriótico na Filadélfia. Resultado: em três semanas, doze mil pessoas morreram. Em St. Louis, as manifestações foram proibidas: registraram-se seiscentos óbitos no mesmo período. Ou seja: impedir a circulação de pessoas e o contato entre elas é uma das principais lições que a peste de 1918 nos legou.

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