Taxa de mortalidade em UTIs públicas é o dobro de hospitais privados em casos de Covid-19
Estudo analisou dados de 13.941 pacientes em todo o Brasil;
profissionais avaliam que pacientes têm demorado a procurar o SUS,
chegando a hospitais com quadro clínico mais avançado
O estudo analisou dados de 13.941 pacientes, sendo a grande maioria
de pessoas internadas em hospitais particulares. Proporcionalmente, o
índice de mortalidade nas UTIs públicas foi de 38,4%, enquanto nos
leitos de tratamento intensivo da rede privada o índice identificado foi
de 19,5%. O projeto contemplou informações colhidas entre 1º de março e
15 de maio, com mais de 94 mil internações registradas.
"Uma das
explicações para o resultado maior de mortalidade na rede pública é o
fato de os pacientes estarem chegando mais tarde no sistema, com o
quadro clínico mais avançado e deteriorado. Além disso, outra possível
explicação é que o SUS recebe a grande maioria dos casos, isso significa
um sistema trabalhando no limite ou em colapso. Dessa maneira, a
qualidade do atendimento acaba comprometida", analisou a diretora
presidente da Amib, Suzana Lobo.
Outra variável importante para
análise completa desse cenário é o índice de SOFA (Sequential Organ
Failure Assessment). Esse número funciona como uma ferramenta para
avaliação de gravidade de morbidade e predição de mortalidade, a partir
de uma grande amostra de pacientes de UTI. Para as UTIs públicas, o
índice médio dos pacientes ficou em 5,7, enquanto nos leitos da rede
privada, 3,1. Quanto mais próximo de 0, menores são as chances de óbito.
Ou seja, os pacientes com coronavírus chegam nos hospitais públicos com
o quadro mais avançado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário