Vacina britânica contra Covid-19 deve ser produzida no Brasil pela Fiocruz
Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Ministério da Saúde, e a
farmacêutica britânica AstraZeneca assinaram nesta sexta-feira (31) um
termo que dará base para o acordo de transferência de tecnologia entre
os laboratórios e a produção de 100 milhões de doses da vacina contra a
Covid-19, caso seja comprovada a sua eficácia e segurança.
O medicamento está sendo desenvolvido pela empresa do Reino Unidos em
conjunto com a Universidade de Oxford e já está em fase de testes
clínicos no Brasil e em outros países.
O acordo entre Fiocruz e AstraZeneca é resultado da cooperação entre
os governos brasileiro e britânico, anunciado em 27 de junho pelo
Ministério da Saúde.
A assinatura do acordo de encomenda tecnológica está prevista para a
segunda semana de agosto e deve garantir o acesso a 30 milhões de doses
da vacina entre dezembro e janeiro de 2021 e 70 milhões ao longo dos
dois primeiros trimestres do próximo ano.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que prevê um repasse de R$
522,1 milhões na estrutura de Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz
produtora de imunobiológicos, para ampliar a capacidade nacional de
produção de vacinas. Outros R$ 1,3 bilhão são despesas referentes a
pagamentos previstos no contrato de encomenda tecnológica. Os valores
contemplam a finalização da vacina.
O memorando de entendimento assinado nesta sexta-feira (31) define os
parâmetros econômicos e tecnológicos para a produção da vacina da
covid-19 e, de acordo com o ministério, garante a incorporação da
tecnologia em Bio-Manguinhos para que o Brasil tenha condições de
produzir a vacina de forma independente.
A Fiocruz recebeu informações técnicas fornecidas pela AstraZeneca
necessárias para a definição dos principais equipamentos para o início
da produção industrial. A instituição brasileira também colocará à
disposição sua capacidade técnica para a aceleração do escalonamento
industrial da vacina junto a outros parceiros.
De acordo com o Ministério da Saúde, ao mesmo tempo a Fiocruz
constituiu um comitê de acompanhamento técnico-científico das
iniciativas associadas às vacinas para a covid-19, com a participação de
especialistas da Fiocruz e de instituições como as universidades de São
Paulo (USP) e as federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Goiás (UFG).
A vacina produzida por Bio-Manguinhos será distribuída pelo Programa
Nacional de Imunização, que atende o Sistema Único de Saúde (SUS). O
acordo com a AstraZeneca permitirá, além da incorporação tecnológica
desta vacina, o domínio de uma plataforma para desenvolvimento de
vacinas para prevenção de outras enfermidades, como a malária.
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