Padre Robson é suspeito de ter movimentado R$ 2 bilhões em 10 anos, diz MP
Religioso é suspeito de liderar um esquema de lavagem de dinheiro doado por fiéis. A apuração do Ministério Público aponta compra de uma fazenda por R$ 6 milhões e de uma casa de praia, avaliada em R$ 2 milhões
Investigações conduzidas pelo Ministério Público de Goiás apontam que a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), com sede em Trindade (GO), conduzida pelo padre Robson de Oliveira, acusado de lavagem de dinheiro, movimentou R$ 2 bilhões em 10 anos. As diligências mostraram o recebimento de R$ 20 milhões em doações por mês e descobriram que parte dos recursos foi empregada na compra de fazendas e de uma casa de praia. Em setembro do ano passado, dois representantes do Vaticano estiveram em Trindade para investigar a Afipe. A movimentação financeira em larga escala chamou atenção da Cúpula da Igreja Católica. Fontes informaram ao Correio que a entidade continua em contato com representantes da igreja no Brasil, e pode aplicar punições a depender do desfecho do caso. Uma das medidas estudadas é o afastamento do padre a vida eclesiástica.
Na semana passada, o líder religioso foi alvo da Operação Vendilhões, que investiga o uso de pelo menos R$ 120 milhões para a compra de artigos de luxo. Acatando o pedido do MP, a juíza Placidina Pires, da Vara de Feitos Relativos a Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais, determinou a busca e apreensão em 16 endereços ligados ao padre Robson, inclusive na TV Pai Eterno, que transmite missas lideradas por ele em todo o país. A magistrada não atendeu ao pedido de prisão do padre.
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