Covid-19: taxa de ocupação de UTIs chega a 86% em Curitiba, diz Secretaria
Angelo Sfair
A taxa de ocupação dos leitos de UTI exclusivos para pacientes com Covid-19 em Curitiba chegou nesta quarta-feira (24) a 86%. Os dados são atualizados diariamente pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde).
Um dia antes, o índice era de 83%. O aumento crescente da taxa de ocupação acende o sinal de alerta para o iminente colapso do sistema de saúde. Além dos leitos, entidades médicas e hospitalares chamam a atenção para a escassez de medicamentos.
De acordo com a Sesa, dois hospitais de Curitiba estão com 100% dos leitos de UTI exclusivos para Covid-19 ocupados. O Evangélico-Mackenzie e a Santa Casa não têm mais vagas reservadas para pacientes com coronavírus.
Entre os 202 leitos de alta complexidade reservados para Covid-19 em
Curitiba, 174 estão ocupados. Dos oito hospitais com leitos reservados,
apenas o Erasto Gaertner tem menos de 80% de ocupação.
Os demais estão virtualmente lotados — termo usado quando a taxa de
ocupação está acima de 80%: Hospital do Idoso (87%), Hospital da Cruz
Vermelha (86%), Hospital de Reabilitação (85%), Hospital de Clínicas
(85%), Hospital do Trabalhador (82%).
OCUPAÇÃO CRESCENTE E ‘VAGA ZERO’
O diretor-médico do Hospital Evangélico, Jean Francisco, explica que
os hospitais deixam de receber pacientes no momento em que a taxa de
ocupação chega a 100%.
“De modo geral, as secretarias tentam drenar os pacientes para outras instituições que ainda tenham leitos”, disse ao Paraná Portal.
O diretor também aponta que existe a possibilidade de nenhum hospital
ter leitos. Nessa caso caberá aos médicos reguladores de emergência
clamarem pela chamada vaga zero, quando se dá prioridade aos pacientes
com risco de morte ou sofrimento intenso.
“Quando todos os hospitais não têm leitos se faz um rodízio entre todas as instituições contratadas”, pontuou Jean Francisco.
Curitiba está próxima de romper a barreira dos 4 mil casos.
Só ontem (23) foram confirmados 475 casos — segunda maior marca desde o
início da pandemia. De lá para cá, 120 pessoas morrera por Covid-19 na
capital paranaense.
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