Partidos adoram dinheiro público e não se importam com a saúde do povo, afirma Oriovisto
Pedro Ribeiro
O Brasil está doente e carente de estadistas. Adoeceu na saúde, na
política e na economia. Nunca na nossa história estivemos tão órfãos,
com angustiante expectativa do que virá pela frente, confiantes sem
termos certeza, amedrontados na aposta do que nos resta de esperança,
com um entusiasmo, mas cheio de involuntárias dúvidas.
Estranho que, no meio da pandemia, onde o presidente da República
afirma que a União não suportará pagar mais os míseros R$ 600 para o
alimento dos mais de 50 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha
da miséria, existem R$ 2 bilhões guardados para o fundo eleitoral e
mais R$ 1 bilhão para o fundo partidário.
Por que este dinheiro não pode ser repassado – pelo menos parte dele –
para o combate à pandemia do coronavírus que levou à morte mais de 50
mil brasileiros?
Fui buscar resposta à minha pergunta junto ao senador Oriovisto
Guimarães. “Por que não mexem no dinheiro do fundo eleitoral para
campanha e repassam pelo menos parte para o combate à pandemia?
“Porque a maioria dos partidos adora dinheiro público e não está
preocupada com a saúde do povo. Por mim acabaríamos tanto com o fundo
eleitoral como com o fundo partidário”.
A única razão para existirem mais de 30 partidos no Brasil é a
vontade dos donos dos partidos de terem acesso ao dinheiro dos fundos
partidário e eleitoral. Precisamos de uma reforma política que criem
cláusulas de barreiras que impeçam a existência de tantos partidos,
acabem com este verdadeiro “empreendedorismo” político, diminua o número
de deputados, federais e estaduais, senadores e vereadores, observa o
senador.
Para ele, “precisamos proibir à reeleição de deputados e senadores.
Política não pode ser profissão. Na medida em que se transforma em
profissão, os políticos passam a legislar no interesse de suas próprias
carreiras e não nos interesses do povo”.
Oriovisto Guimarães, um bem sucedido empresário paranaense, com
dignidade e grandeza, deixa a aposentadoria para tentar buscar no tóxico
Congresso Nacional um sinal de que pode haver esperanças para um país
melhor.
Eleito senador pelo Paraná com mais de três milhões e votos, recebe
uma cadeira no Senado Federal e, marinheiro de primeira viagem, começa a
aprender sinais de navegação e como, também, acertar a biruta sem rumo,
descontrolada pelos ventos da corrupção em Brasília, do poder pelo
poder e jamais pelos interesses da nação e de seu povo.
Com oxigênio e sem o envenenamento dos ocupantes de décadas, foi
colocando em prática suas intenções que buscam uma sociedade igual,
justa, tanto para poderosos banqueiros, empresários com acento na Forbes
até o tecido fino da sociedade.
Ao colocar no papel números da economia, uma de suas especialidades, o
senador foi o primeiro a alertar que havia luz vermelha na política
econômica e que o país estava mergulhado em uma crise econômica que
levaria anos para resolvê-la.
Um pouco mais adiante, quando surgiu a pandemia do desastroso vírus,
Oriovisto Guimarães revirou suas planilhas e voltou a alertar o país,
afirmando que estávamos vivendo uma crise completa: na saúde, na
economia e na política.
Não dobrou os joelhos aos gritos histéricos dos vizinhos de cadeiras
acostumados a negociatas, num balcão de negócios que vem se ampliando
ainda mais agora onde o “centrão” passou a comandar o fraco presidente
da República que precisa das raposas para manter seu frágil galinheiro.
Para cada medida que o governo pretende adotar, dentro da sua visão de
condução do País, tem que negociar e aceitar as chantagens desse grupo
do qual integram as mais vistosas flores do pântano.
Banhado de sensibilidade e na tentativa de encontrar uma nova ordem
social, o senador paranaense, que gasta mais do seu próprio bolso do que
recebe como parlamentar, continua fugindo das amarras ideológicas e do
balcão sujo de negócios.
Na trincheira da resistência, sabe que a luta não será fácil, mas tem
esperança que será épica. Com honestidade de propósitos, mostra que tem
sangue quente nas veias para continuar a luta em busca de novos
caminhos.
Traço este perfil do professor Oriovisto Guimarães que, embora tenha
se esforçado na sua missão, também tem sido reprovado através e críticas
nas redes sociais em seu Estado, para mostrar mais uma de suas boas
intenções com o país, como essa sobre o fundo partidário.
Ele sabe que colecionará inimigos fortes no Senado Federal mas também
tem consciência de que o povo paranaense vai cobrar os mais de três
milhões de votos. Quer manter sua biografia.
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